Blogueiro: Luiz Horacio (Zacio) Geribello

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Notícias de Londres - os 1.000 dias

A imagem de baixo é uma Webcam mostrando a construção do Parque Olímpico

Seria interessante acompanhar o que ocorre em Londres, sede das Olimpíadas de 2012. Recentemente, a capital inglesa fez um grande evento para marcar a distância "olímpica" de 1.000 dias da Cerimônia de Abertura, prevista para o dia 27 de julho desse ano, estando a Cerimônia de Encerramento já prevista para 12 de agosto. Serão apenas 16 dias de glória, apoteose, competições e dramas olímpicos, mas um acontecimento que ficará para sempre registrado na história.

Os jogos serão em 2016, mas o Rio faz parte da "comunidade" das sedes olímpicas, já é uma "host city". O próprio Comitê Olímpico Brasileiro fez questão de assumir essa posição, ao dizerem que a cidade já "bateu o recorde" de antecedência no início dos preparativos. Quer dizer, o Rio de certa forma já está ligado a Londres 2012. É o próximo competidor para quem será entregue o bastão, na "raia histórica".

O Brasil é um país muito criativo e amadureceu bastante, então esse estudo dos projetos olímpicos se destina apenas a aumentar o conhecimento, a estudar todo o processo de uma sede olímpica, e também para criar tanto a continuidade desses eventos - a tradição, quanto para criar "descontinuidades" - a inovação.

Mas o que é que a comunidade olímpica esteve anunciando, nesses dias? Que a essas alturas, faltando 33 meses, 1 semana e 3 dias para a abertura dos próximos jogos, já há efetivamente a participação estimada de cerca de 5 milhões de cidadãos, no conjunto de atividades que precedem as Olimpíadas. Cinco milhões de pessoas, a quase 3 anos do início desse evento! Nossa, isso quer dizer alguma coisa!

Entre as medidas adotadas pelo Comitê inglês estão uma série de ações de seleção e apoio de idéias e projetos que possam compor todo o sistema olímpico de Londres 2012, tanto no esporte quanto na organização e nas atividades econômicas e culturais. O "Inspire Program" e o "Get Involved", criando uma gigantesca rede toda capilarizada em torno das Olimpíadas. A participação intensa da população, das empresas, das instituições e das escolas. As pessoas são convidadas, incentivadas, treinadas, apoiadas, e também são avaliadas e cobradas. E de tudo isso já resultou a participação de 5 milhões de colaboradores! Um dado realmente impressionante.

A partir da página oficial de Londres 2012, qualquer internauta pode acompanhar, através de diversas Webcams espalhadas, a construção de todo o Parque Olímpico, em imagens atualizadas constantemente. Pode ver as obras e as pessoas trabalhando. Há também um Blog das Olimpíadas, e relatos e informações atualizadas todos os dias. Muito bacana.

Toda Olimpíada procura criar uma identidade forte, além das competiiões, em todos os seus símbolos, e também em obras singulares, feitas especialmente para os jogos, mas que irão permanecer com a cidade. Obras importantes, que têm impacto sócio-cultural e mudam a vida das pessoas, vejam o exemplo a seguir.



Vamos dar uma voltinha em Londres?

Londres e Paris decidiram se unir também através de uma ciclovia de 350 km, mais travessia de balsa pelo Canal da Mancha, unindo a Torre Eiffel à Torre de Londres através de uma "Avenida Verde" (ecológica). Os turistas poderão assistir aos jogos, ir e voltar entre Londres e Paris, de bicicleta. A ciclovia será lançada em 2012, como parte dos preparativos para os Jogos Olímpicos em Londres ( e olhem que Paris foi concorrente de Londres na escolha da cidade-sede). Essa ciclovia principal irá ainda ser ligada a outras ciclovias já existentes na rota entre Londres e Paris.

domingo, 1 de novembro de 2009

Rio 2016, Olimpíadas Maravilhosas


Já imaginaram a trilha sonora que o Rio pode produzir para as Olimpíadas? Outras cidades produziram belas trilhas musicais, lembro-me de Barcelona, Los Angeles, Atenas, e não seria esportivo dizer que o Rio "ganharia" delas na musicalidade. Diria então que é uma característica da cidade, está em sua natureza, "não há como evitar". Se Cartola, Jobim e Pixinguinha, entre tantos outros, compusessem a música das Olimpíadas, poderiam criar como resultado uma obra-prima do espírito olímpico, inspirados pela cidade do Rio de Janeiro. Mas será que não estão entusiasmados com isso, "estejam onde estiverem"? Quantos nomes poderiam ser acrescentados a essa lista, e quantos desses artistas ainda estão por aqui, e podem efetivamente contribuir para que, já de saída, a trilha sonora das Olimpíadas Rio 2016 torne-se uma grande première, um grande abre-alas do que está por vir.

Ufanismo? Só se for do bom e do melhor. Para não deixar dúvidas, pode-se mudar o prisma. É o nome da cidade mesmo: C-i-d-a-d-e M-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a. É o nome dela, seu "apelido", que foi dado por toda a população brasileira, e é reconhecido em todo o mundo. Também, pudera, é só dar uma espiadinha aí em cima, ou dar uma voltinha por lá. Se as Olimpíadas são no Rio, então serão, sem sombra de dúvida, as Olimpíadas Maravilhosas.

Mas as Olimpíadas vêm e passam, se não for feito um trabalho de memória, de preservação, de registro e de incorporação desses poucos dias em que o Rio de Janeiro será o centro do mundo. Que bonito, hein? Além de ser uma das cidades mais bonitas do mundo, a "cidade maravilhosa", será, durante algumas semanas, o centro das atenções do mundo, e deverá, em contrapartida, apresentar um trabalho de nível olímpico. Estamos todos dispostos a colaborar para que o Rio 2016 seja inesquecível, e para que o mundo não veja a hora de voltar logo para lá.

A quantidade, a qualidade, a dificuldade e a excelência do trabalho a ser feito, até 2016 - lembrando sempre que há outros eventos muito importantes, e a Copa do Mundo de 2014, que já será outro grande acontecimento - abrem para a cidade a oportunidade de se organizar melhor, e de se projetar na história e no mundo. O futebol, entretanto, mesmo sendo uma grande paixão brasileira, uma marca de seu povo, e da história de nossa sociedade, fará a sua grande festa, a festa do futebol, em todo o país. Isto já é muita coisa, um enorme e raro privilégio. As Olimpíadas, porém, celebram em última instância a cidade, a cidade é o acontecimento, há um envolvimento maior das estruturas locais e da população. As Olimpíadas poderão dar a nova marca, a nova imagem do Rio de Janeiro.

Toda a orla do Rio de Janeiro pode ser "definitivamente" conquistada pela cidade. Quer dizer, encher-se de pessoas, de organização, de bons serviços, de movimento e também de trocas econômicas organizadas. Pode ser em parte repensada, para que a partir desta década passe a haver um cenário renovado e estável, uma estrutura que encante e chame as pessoas e famílias do mundo inteiro, para conhecer e visitar o Rio de Janeiro. Para tanto, é preciso também que a sociedade carioca saiba dividir o trabalho, o dever e a recompensa desse enorme empreendimento, cuidando também para que os problemas mais graves e mais agudos da cidade sejam corretamente equacionados. É preciso haver um cuidado muito grande para que os benefícios olímpicos sejam "interiorizados" na cidade, e cheguem a todas as classes sociais. Para que haja uma grande festa e prevaleça essa nova imagem do Rio no Brasil e no mundo, será preciso também criar "novas visões" do Rio, e isto precisa ser concebido pelos próprios cariocas.

Sete anos que passam rápido como a brisa, ao som de uma bela sinfonia clássica ou de um clássico da música popular, brasileiras as duas.