Blogueiro: Luiz Horacio (Zacio) Geribello

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O Conhecimento Esportivo



Na primeira foto está o americano Christian Cantwell, atual campeão mundial de 2009 em Berlim, com 22,02 m, e medalha de prata em Pequim. Na segunda foto está o polonês Thomasz Majewski, campeão olímpico que fez um arremesso de 21,51 m, ganhando a primeira medalha de ouro daqueles jogos, no atletismo. A "bolinha" que arremessam tem 12 cm de diâmetro, é feita de bronze, ferro e chumbo, e pesa 7,26 kg. Essa modalidade está presente nas Olimpíadas desde os primeiros jogos da era moderna, que foram disputados em Atenas, 1896. Foi inventada pelos escoceses, que praticavam um arremesso muito parecido, nos Highland Games (A terra do "Highlander", no nordeste da Escócia, onde existe também a famosa lenda do "monstro do Lago Ness"). O recorde mundial é considerado "antigo", desde 1990, e foi batido por Randy Barnes, um americano campeão olímpico em Atlanta, que pesava 137 kg e tinha 1,93 m de altura, e fez um arremesso de 23,12 m. Mas há uma nota muito triste sobre ele. Foi pego no exame anti-doping duas vezes, por uso de esteróides-anabolizantes, e não pôde mais participar de competições oficiais. O doping é um fantasma que está sempre rondando o esporte, e tem de ser evitado a qualquer custo pelos atletas. O caso mais famoso de doping foi o de Ben Johnson, um canadense recordista mundial dos 100 m rasos - prova que aponta a mulher e o homem mais velozes do mundo, que foi desclassificado em Seul e perdeu a medalha de ouro para Carl Lewis, o vencedor "dentro das regras" (Fonte: Wikipedia).

Se você conseguir arremessar a 23,13 m, será o novo recordista mundial. Pratiquei esse esporte olímpico na escola, e nunca passei dos 10 e pouquinho, aos 15 anos de idade., quando o peso é de 5 kg. Mas foi muito bom para mim. Além de conhecer os programas de treinamento americanos (estava num intercâmbio de estudantes nos EUA), e a seriedade com que é encarado o esporte e a competição, mesmo na escola, consegui curar um problema que tinha nos ombros, que inflamavam e destroncavam com facilidade. O campeão da pequena cidade onde morei, Farmington, na grande Detroit, era Mark Brozek, um "adolescente" de 15 anos com cara de 20, quase 2 m de altura, tão forte quanto um armário, e pivô do time de basquete, que arremessava a mais de 12 m. Coisa de país "vitaminado" e de grande tradição esportiva.

NOTA: Hoje esse esporte também é praticado no feminino, e disputa medalha nos campeonatos de atletismo e nas Olimpíadas, com um peso um pouco menor e de 4 kg. A recordista mundial é a russa Natalya Lisovskaya, com um arremesso de 22,63 m.


Este é um campo bastante amplo que se abre, se um país se decidir a explorá-lo a partir da colaboração de vários setores. Vai desde a Filosofia do Esporte até o conhecimento das competições em si. O Brasil, por exemplo, tem um domínio excelente do conhecimento sobre o futebol, isto é lugar comum. Seus atletas se preparam desde criança, conversam com psicólogos e treinadores, preparam não apenas o corpo, mas também a mente, e tentam ainda cuidar de seu futuro, pois a carreira de futebolista não é tão longa quanto as profissões mais comuns. Contudo, o Brasil detém um conhecimento muito limitado do esporte olímpico, isto é, do esporte em geral. A formação esportiva é muito importante para se aprender a jogar, e a vida é um jogo. Isto vale tanto para os esportistas em ação, quanto para as torcidas. Se estas não conseguem ou não querem se comportar, isto é um sintoma de que há problemas mais graves e mais profundos na base da sociedade, ou talvez nas bases da Educação, da formação dos cidadãos, e que precisam ser corrigidos. Mas o esperado é que todos saibam se comportar de acordo com os regulamentos, de acordo com as regras do jogo, dentro ou fora de campo. Isto é que leva à maturidade tanto no esporte quanto na vida. E os faltosos estarão sujeitos às penalidades do juiz. Este é o jogo. Mas cuidemos do conhecimento esportivo, em si, da preparação para as competições.

Em foco, um esporte olímpico pouco conhecido, mas muito antigo, e que envolve uma preparação tão séria e completa quanto qualquer outra modalidade, apenas para servir de ilustração para esta matéria: o arremesso de peso.
O Brasil, se determinado e decidido a realmente tornar-se uma país olímpico, e não apenas por ocasião, "da boca pra fora", "fogo de palha", como se diz no interior, precisa ter um bom nível de projeção de seus atletas, mesmo nos esportes que não são praticados de forma massiva pela população. Deveríamos passar a saber, por exemplo, quem são os grandes arremessadores de peso do Brasil. Deveria haver diversas competições, estímulos, prêmios, divulgação, para que aumentassem o número de praticantes e de competidores, fazendo crescer também o número de atletas que treinam nessa modalidade, e o número de técnicos e centros de treinamento que convoquem os potenciais "campeões", para o treinamento intensivo do esporte de alto nível. A partir de determinado nível de competição, o patrocínio, os prêmios e a divulgação deveriam ser práticas constantes.

Assim, todo brasileiro que gosta de esportes e gosta de se informar sobre eles, saberia quais são os grandes arremessadores de peso, quais são as principais competições, em que canal pode assistir a esses jogos, como fica sabendo, e passará a ter também seus favoritos, entre os atletas que disputam essa competição.
Este seria um enorme apoio para o esporte em qualquer modalidade, e é essencial para a construção de um país olímpico.

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